O teste pré-natal não invasivo (NIPT) representa uma importante evolução diagnóstica para acompanhamento pré-natal. É um exame essencial para identificação precoce de alterações genéticas que possam afetar a saúde do bebê por meio da detecção de DNA fetal circulante no sangue materno.
O NIPT possui diversas vantagens, principalmente em relação à redução de riscos de aborto espontâneo quando comparada a testes pré-natais invasivos, elevada sensibilidade para detecção de anormalidades genéticas e a oportunidade de rastreio em mulheres ainda no início da gravidez [1].
Mais do que uma excelente ferramenta de rastreio, o NIPT representa maior segurança para mulheres que desejam ter conhecimento sobre a saúde do seu filho. Existem diversas evidências científicas que sugerem que o NIPT é eficiente para ajudar pais a tomarem decisões informadas quanto à saúde da criança, reduzindo potenciais problemas de saúde associados, como a ansiedade, além de trazer mais controle sobre a gestação [2].
No entanto, uma barreira importante é a comunicação e o entendimento das informações relacionadas ao teste pelas mães. Muitas ainda desconhecem a relevância do NIPT, o que dificulta a aderência a programas de triagem pré-natal.
Essa foi a pergunta que uma recente pesquisa científica procurou responder. Neste estudo, pesquisadores britânicos avaliaram como gestantes e futuras gestantes suecas desejavam receber as informações sobre o NIPT quanto ao conteúdo, formato e momento da realização do exame [1].
Ter um entendimento efetivo sobre como o NIPT funciona e suas vantagens é essencial para maximizar os benefícios tanto para a mãe quanto para o bebê. Os pesquisadores levantaram a hipótese de que o tipo de conteúdo, o formato e o momento do fornecimento das informações podem influenciar no modo como essas mães se sentem preparadas para aceitar e tomar decisões de participar de programas de triagem e testagem neonatal [1].
Para realizar o estudo, foi aplicada uma pesquisa em forma de questionário online de escolha discreta compreendendo basicamente quatro atributos: o momento ideal durante a gravidez para fornecimento das informações; grau de detalhamento destas informações; qual o melhor formato da informação; e informações relacionadas ao custo envolvido.
No total, foram computados e analisados dados de 1000 mulheres que completaram a pesquisa, com idades entre 18 e 35 anos. Em torno de 44% destas mulheres relataram não ter filhos, não estavam grávidas e nem tiveram gestações anteriores, enquanto que o restante relatou já ter filhos ou estar grávida, sendo que destas, 20% já haviam feito pré-natal no momento da pesquisa.
Em média, as mulheres preferiram informações extensas e completas fornecidas antes de nove semanas de gravidez. Houve heterogeneidade nas preferências sobre o formato de fornecimento de informações (site, aplicativo móvel ou discussão individual com um profissonal da saúde) [1].
Em uma pesquisa semelhante, mas desta vez com mulheres canadenses, cientistas constataram que também há preferência por informações completas sobre o exame e que devem ser fornecidas com antecendência. No entanto, desta vez houve preferência pela comunicação feita través de um médico especialista [3].
Estes são dados que corroboram outros estudos da literatura. Em um estudo de revisão sistemática, pesquisadores concluíram que a principal fonte de informação para tomada de decisão na hora de realizar o NIPT é o profissional médico [4].
No entanto, estes mesmos estudos revelaram ainda que grande parcela das mulheres expressa forte insatisfação quanto à quantidade e qualidade das informações fornecidas, buscando conhecimento em outras fontes. Muitas desconheciam a real funcionalidade do NIPT e tinham o teste como “apenas” um exame de sangue, sentindo-se pressionadas a fazê-lo simplesmente como algo de rotina [4].
O NIPT é uma ferramenta essencial no aconselhamento gestacional, mas é importante que as mulheres tenham acesso a informações completas e de qualidade. De acordo com os estudos, a ampla disponibilidade e acesso a informações sobre o NIPT, principalmente por meio do profissional médico, é um fator crucial para facilitar a tomada de decisão informada e aderência ao acompanhamento pré-natal.
É importantíssimo que profissionais médicos tenham em mente que educar e conscientizar essa população por meio de informações confiáveis possui o poder de mitigar a busca por conhecimento em outras fontes digitais de origem duvidosa e que, potencialmente, podem trazer riscos a saúde da mulher e do bebê.
Nós, do RICHET Medicina e Diagnóstico, assumimos o compromisso de trazer informações relevantes e atuais para você.
O RICHET atua tanto na área hospitalar, como em parceria com clínicas especializadas em diversas especialidades médicas. Além disso, oferece estrutura de atendimento laboratorial a centros de pesquisa clínica com apoio técnico, operacional e logístico. Estamos prontos para lhe atender e garantir os melhores resultados em exames laboratoriais.
Referências:
[1] Wright SJ, Dalal G, Vass CM, Georgsson S, Payne K. How do women want to receive information about non-invasive prenatal testing? Evidence from a discrete choice experiment. Prenat Diagn. 2022 Oct;42(11):1377-1389. doi: 10.1002/pd.6243.
[2] Ulph F, Wright S, Dharni N, Payne K, Bennett R, Roberts S, Walshe K, Lavender T. Provision of information about newborn screening antenatally: a sequential exploratory mixed-methods project. Health Technol Assess. 2017 Oct;21(55):1-240. doi: 10.3310/hta21550.
[3] Laberge AM, Birko S, Lemoine MÈ, Le Clerc-Blain J, Haidar H, Affdal AO, Dupras C, Ravitsky V. Canadian Pregnant Women's Preferences Regarding NIPT for Down Syndrome: The Information They Want, How They Want to Get It, and With Whom They Want to Discuss It. J Obstet Gynaecol Can. 2019 Jun;41(6):782-791. doi: 10.1016/j.jogc.2018.11.003.
[4] Cernat, A., De Freitas, C., Majid, U. et al. Facilitating informed choice about non-invasive prenatal testing (NIPT): a systematic review and qualitative meta-synthesis of women’s experiences. BMC Pregnancy Childbirth 19, 27 (2019). https://doi.org/10.1186/s12884-018-2168-4
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